Reunião virtual das provedoras transfronteiriças para analisar o impacto social do fechamento de fronteiras
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A problemática chegará à presidenta da Comissão Europeia e já foi transferida a Associação de Regiões Fronteiriças Européias e a outros estamentos políticos
O troço pontevedrés supõe 5% da linha da fronteira entre Espanha e Portugal, mas assume 49% de todos os trânsitos de veículos e pessoas
As câmaras municipais do Agrupamento Europeo de Cooperación Territorial do Rio Minho (AECT Rio Minho) continuam a trabalhar para conseguir que remate o encerramento de fronteiras no território miñoto ou, ao menos, que se suavizem as medidas tomadas até o de agora nos passos fronteiriços. Neste sentido, o AECT fixo chegar à mesa da presidenta da Comissão Europeia, Ursela Von der Leyen, a problemática do encerramento da fronteira no Minho, a quem o secretário geral da Associação de Regiões Fronteiriças Europeias (ARFE), Martín Guillermo Ramírez, comprometeu-se a dar a conhecer de maneira imediata e directa o grande impacto económico que está a sofrer o território transfronteiriço do Minho pela manutenção de um único passo na fronteira para os trabalhadores e trabalhadoras da zona, uma das mais dinâmicas de toda a Europa.
Numa reunião virtual com Uxío Benítez, director do AECT e deputado de Cooperação Transfronteiriça, e Fernando Brito Nogueira, vicedirector e presidente da câmara autárquica de Vila Nova de Cerveira, Martín Guillermo assinalou a importância de abrir mais passos de maneira urgente e de adoptar medidas e políticas de apoio para paliar os danos nos diferentes sectores produtivos. A ARFE, responsável por representar os interesses das regiões limítrofes ante as organizações europeias e as autoridades estatais, elevará a situação a diferentes estamentos da cúpula política européia para buscar uma solução aos trânsitos transfronteiriços que involucre a todos, já que os maiores problemas pelos encerramentos das fronteiras estão-se a produzir nos territórios nos que existem estruturas de cooperação estáveis e nos que as dinâmicas de relação são mais intensas.
A fronteira mais dinâmica
Martín Guillermo loubou também a iniciativa do AECT de ter solicitado um estudo de impacto socioeconómico urgente à Universidade de Vigo, que desvela que o território da fronteira está a sofrer duplamente a situação derivada do COVID-19, tanto pela restrição de movimentos gerais como pelo feito de ser fronteira. Com mais de 150.000 vizinhos e vizinhas nas câmaras municipais da ribeira do Minho e 400.000 na sua área, o troço pontevedrés supõe 5% da linha de fronteira com Portugal em todo o Estado espanhol, mas assume 49% de todos os trânsitos de veículos e pessoas, já que é uma das áreas transfronteiriças mais dinâmicas economicamente de toda a Europa, a que reúne mais povoação e a que tem relações sociais, culturais e linguísticas mais profundas.
Turnos de contactos
O turno de contactos com os diferentes estamentos políticos continua. O AECT Rio Minho já remeteu o passado 30 de abril à Comissária de Política Regional, Elisa Ferreira, a declaração assinada por todos os presidentes da Câmara da fronteira tanto da parte pontevedresa como da parte portuguesa defendendo a abertura de novos passos fronteiriços, assim como um programa de paliación dos efeitos económicos e sociais do Covid -19 na fronteira. Este documento fora já remetido também aos governos centrais espanhol e luso, ao presidente da Xunta, assim como a diferentes representantes de entidades relacionados com os interesses do território da ‘ raia’.
Por sua parte, o delegado do Governo na Galiza, Javier Losada, assegurou ao director do AECT que remeteria um relatório ao Ministério de Sanidade e ao de Interior para solicitar que se abram novas vias de conexão com o país vizinho e que se tenha em conta a problemática e particularidade da fronteira do Minho, com trabalhadoras e trabalhadores que têm que dar rodeos de até 100 quilómetros para acudir aos seus postos, algo que economicamente em alguns casos é inasumible. Enquanto, o AECT comprometeu-se a transferir à Delegação do Governo todos os passos que vá dando o Governo português com o fim de chegar a uma solução consensuada e coordenada.